Spiaggia é um projeto sobre o comportamento dos indivíduos na praia inspirado no vasto trabalho de Martin Parr que, durante décadas, fotografou pessoas nas praias, em diversos países. A praia traz um contexto em que estamos mais próximos da nossa própria individualidade e despidos das proteções que quotidianamente somos obrigado a usar. Efetivamente, nesses momentos de lazer proporcionados pela praia, todos parecem mais entregues a si mesmos e libertos das máscaras que o dia-a-dia parece exigir (agora mais do que nunca).
Na Bahia, minha terra natal, este fenômeno de “libertação” é habitual. Sempre fiquei maravilhada com o fato de que os baianos faziam (e fazem) da praia uma extensão de suas casas, como se aquele ambiente público e totalmente devassado estivesse imune ao julgamento de quem quer que seja.
Quando fui à Sicília, no último verão, fiquei encantada ao perceber que também os sicilianos fazem da praia um refúgio para o corpo e para a alma; um local onde podem agir ao seu bel prazer. Para estas pessoas, a praia, ou spiaggia, em italiano, é um sítio seguro, familiar e sem julgamentos.
